sábado, 22 de julho de 2006

Diário de um Pai, 21 de Julho de 2006


Pois é! A vida é mesmo assim, às vezes custa muito lidar com as mais diversas situações que ela nos apresenta. Foi o que nos aconteceu ontem e hoje piorou.

Antes de ontem, 4.a feira, a Catarina começou a ficar febril. Como sempre lhe acontece, a febre atirou-a ao tapete, qual pugilista vítima do mais violento golpe do seu adversário mesmo em cheio nos queixos. E como se isso não bastasse, a febre não passou. Resultado, ontem passamos o dia no Hospital. Até que os médicos decidiram que a iam internar por detectarem sinais de uma infecção, sem conseguirem identificar onde e porquê.

Hoje a equipa decidiu que ficaria o fim de semana inteiro para observações. Devem querer saber de onde é que aquilo vem. Espero que encontrem, porque custou-me tanto deixá-la lá sem os meninos...

A enfermeira ainda perguntou se ela queria que eles lá ficassem. Mas a razão dela falou mais alto. De facto os meninos estão melhor aqui comigo. Ela está debilitada, tem qualquer coisa que nem sequer sabe o que é e, apesar de lhe irem dizendo que pode amamentar, não se sente segura. Perguntei várias vezes se tinha a certeza, não porque não quisesse ficar com os meninos (experiência que já conto), mas simplesmente porque compreendo a sua dor de Mãe. Não que a minha seja menor não estando com eles, mas simplesmente porque a dela é mais profunda, mais interior, relacionada com cordões umbilicais que nenhuma tesoura jamais será capaz de cortar.

Ontem fiquei sozinho com os meninos. Assim que cheguei a casa, fui dar-lhes banho. A minha Mãe deu uma ajuda. Primeiro o Bernardo, depois o Francisco. Enquanto estava a dar banhinho ao Francisco, a minha Mãe foi dar o biberão ao Bernardo. Depois a minha sogra, que nos veio visitar, deu o biberão ao Francisco. As duas são mães, a minha de três filhos, a da Catarina de duas meninas. A minha Mãe ainda se vai ajeitando, mas o tempo que passou foi tanto e as diferenças são tão grandes - a começar nas fraldas de paninho que eu usei - que ainda se atrapalha um bocadito. A minha sogra então não tem mesmo jeitinho nenhum. Mas enfim, as duas, com a minha ajuda, lá foram dando o jeitinho.

Pu-los a dormir. E preparei-me para uma noite longa. Nos dias que tenho estado com a Catarina não me tenho preocupado muito em acordar. A Catarina trata de o fazer e depois chama-me. Foi a forma que encontrei para poder descansar pouco, mas bem. Desligo mesmo com a certeza que a Mãe está ali e que ela me chamará quando os meninos acordarem. E ontem estava receoso que o mesmo me acontecesse, com a diferença que não tinha lá a Catarina.

Mas não. Bastava um murmúrio para abrir o olho e saltar da cama como se o meu rabo possuisse uma mola gigante, capaz de me impulsionar até à Lua. Correu tudo às mil maravilhas. Só precisei da minha Mãe já às 7h30 da manhã por estar a dar biberão ao Bernardo e o Francisco querer o mesmo. E se não tivesse ninguém para me ajudar, paciência, o Francisco esperaria um bocadito com um miminho do Papá. Dei absolutamente conta do recado. E até foi um enormíssimo teste para mim que acabou por me fazer muito bem. Apesar das suspeitas (desculpem a imodéstia), confirmei os meus dotes de Super Pai, capaz de tomar conta de dois recém nascidos sem o mínimo problema.

E ainda deu para perceber outra coisa. Que grandes são as mulheres que fazem tudo sozinhas. Fazia bem a alguns papás uma experiência destas. Recordei também o meu Pai. Educado "à moda antiga", quando foi confrontado com ter de tomar conta de três filhos, um com 10, outro com 7 e um com 1 anito sozinho durante 15 dias, foi o cabo dos trabalhos. Eu, na altura, bem me recordo, ajudei no que podia, mas só tinha 10 anitos. Ele, coitado, vivia atarantado durante todo o dia. Mas deixem-me dizer-vos. Que coisas tão belas muitos dos nossos pais perderam por causa dessa forma de estar. Hoje olho para ele como Avô e está tão diferente... É já capaz de estar com os netos, dar-lhes um biberão, até mudar uma fralda. O que me deixa a interrogação, agora que sou Pai, como serei eu como Avô?

Uma coisa de cada vez, não é? Mas, ainda assim, são perguntas que inevitavelmente não sou capaz de não procurar resposta. É que o tempo, estou a aperceber-me agora, passa muitíssimo mais depressa a partir do momento em que nasceram os meus meninos.

3 comentários:

Solange Gomes disse...

É mesmo um super pai!!!
Eu fiz praticamente tudo sozinha com os meus e sei quanto custa.
SEi que existem pais assim, mas nem todos conseguem demonstrar isso.
beijos

♥ tm disse...

Ainda bem que existem assim super pais, é óptimo para os filhos e para as mamãs... e tudo se torna mais fácil nessa fase. Muitos parabéns pelos vossos meninos e que a vida os encha de sorrisos, e que a Catarina volte muito rápido para casa,
bjs
Nat

Anónimo disse...

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