sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Laus Deo

O fim deste blogue...
A partir de agora dedicar-me-ei em exclusividade ao Rato de Livraria dedicado aos Livros Antigos, minha verdadeira paixão.
Os meus agradecimentos aos que, por via dos seus extraordinários blogues ( por exemplo o Aviz, o Blasfémias ou o Bloguítica), me contaminaram com o bicho, foi uma grande aprendizagem.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Desrespeito

Luís Delgado (outra vez) no SicNotícias ontem à noite (tomei nota para não me enganar a citar) sobre a Assembleia da República a propósito do seu amigo Santana Lopes não gostar do trabalho de deputado:

"discussões chatas, sem nenhum sentido"
Outra muito interessante foi a forma como criticou o governo de, imagine-se, Durão Barroso, que passou a ser o responsável por todos os males de Santana.
Por fim, e para a gargalhada geral, Santana ponderou não aceitar o convite para Primeiro Ministro. "Deixa-me rir..."

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

Pequenas Impressões sobre as Eleições X

Sócrates esqueceu-se de agradecer a Durão Barroso.

Pequenas Impressões sobre as Eleições IX

Jorge Sampaio pode dormir descansado.

Pequenas Impressões sobre as Eleições VIII

Pergunta. Para onde foi o eleitorado do CDS/PP? Voto útil no PSD? é a única explicação que encontro, mas não me parece nada uma boa explicação.

Pequenas Impressões sobre as Eleições VII

Jerónimo de Sousa provou que é muito melhor líder que Carlos Carvalhas (se é que ainda havia dúvidas). Também deve dizer-se que beneficiou em larga escala do discurso ao centro de Sócrates. Jerónimo percebeu isso bem e aproveitou a prenda da melhor maneira.

Pequenas Impressões sobre as Eleições VI

O Bloco de Esquerda está como quer. O Bloco no poder seria a sua sentença de morte. Assim pode atirar farpas à vontade, mesmo que sem o mínimo fundamento, que ninguém os vai importunar. Felizmente não foi tão preocupante quanto no princípio se acreditou. Mesmo assim não deixa de o ser. De facto, num país desenvolvido, é estranho que a esquerda radical consiga tamanho resultado. Quando vi as primeiras projecções para o Bloco pensei em fazer as malas e de Elvas gritar "Badajoz à vista!!!". É bom que o PS e o novo PSD que virá (depressa, espero) unam esforços nesta luta contra o Bloco e o façam desaparecer do espectro político nacional, seria um enorme serviço prestado à pátria.

Pequenas Impressões sobre as Eleições V

Santana vai vender cara a derrota ao PSD. Esperemos, sinceramente e a bem do próprio país, que Santana seja rapidamente derrotado. É que fazer oposição a um partido com Maioria Absoluta não é nada fácil e exige um partido unido, trabalhador e com enorme sentido de estado, qualidades que este PSD não possui. Lembram-se do PS durante Cavaco? Ao contrário do que naturalmente se acredita, fazer oposição a uma Maioria Absoluta exige ainda maior e melhor oposição e não um deixar estar, porque não há nada que se possa fazer.

Pequenas Impressões sobre as Eleições IV

Marques Mendes foi o primeiro a posicionar-se para a sucessão a Santana. Abriu de imediato as hostilidades, sem medo, confiante. Foi o primeiro ataque numa guerra que se anuncia tremenda no PSD.

Pequenas Impressões sobre as Eleições III

Paulo Portas saiu pela porta grande, apesar da derrota. Confesso que me tem surpreendido pela positiva. Paulo Portas é um político hábil e inteligente e com um grande sentido de oportunidade. Talvez Paulo Portas suceda a Paulo Portas, como ouvi de manhã Narana Coisoró dizer, mas é pela porta grande que o faz.

Pequenas Impressões sobre as Eleições II

Infeliz a frase inicial de Sócrates. Fez-me lembrar os americanos quando apanharam Saddam. Mas não penso que tenho sido infeliz a ideia. Afinal foi mesmo o PS que conseguiu a Maioria Absoluta e mais ninguém. Agradecimento ao trabalho desenvolvido, agradecimento aos portugueses que confiaram o seu voto. Parece-me boa a ordem.

Pequenas Impressões sobre as Eleições I

Parabéns ao PS e a José Sócrates. Pela primeira vez o Partido Socialista tem condições para governar sem nenhum tipo de desculpas esfarrapadas. Agora é a doer.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Bloquinhos

Ontem os "bloquinhos" estiveram no Curto Circuito, programa absolutamente merdoso (não é possível outra qualificação). Bom os rapazes da produção lá quiseram prestar um serviço à comunidade juvenil e apresentar todas as "jotas" ao seu público. Ideia certa, indiscutível, pena que, a pretexto de um público entendido como intelectualmente inferior, os produtores tenham enveredado por uma entrevista pobrérrima, onde o entrevistador, o Pedro Ribeiro, esforçava-se por fazer papel de jornalista político a sério, coisa que não foi e, tenho para mim, nunca será.
Bom. Lá estavam os temas do costume. Mas centrar-me-ei particularmente num que, ao fim e ao cabo, valem para todos. A propósito das drogas leves, lá disse o bloquinho masculino (podiam dizer-lhe o que é um shampô, sff?) que deviam ser leaglizadas porque seria uma forma de combater o narcotráfico e, este é o ponto, se as pessoas consomem na mesma temos de legalizar a coisa.
Seria bom que alguém explicasse aos bloquistas em geral que esse argumento também serviria se eu quisesse matar os bloquistas todos. É que, na verdade, eu posso matar quem eu quiser. Portanto, se eu posso, então que se legalize.

O Fim da Parvoíce

Sangre de CristoSegundo estes senhores este Senhor representado aqui ao lado é a fonte de todos os males de Portugal. Eu não sei, mas talvez bastasse para calar esses bloqueiros o facto, indiscutível e indismentível, que a Igreja é a organização do mundo que mais faz e trabalha pelos mais desfavorecidos, seja lá que tipo de desfavorecimento for.
Porque será? Ah! Já sei, porque controla Bancos, Media, Educação, Cultura. Já agora talvez fosse bom que a Igreja tivesse o poder de acabar de uma vez por todas com a parvoíce, seria, e isto é um Dogma de Fé, o fim do Bloco de Esquerda e um enorme serviço prestado aos desfavorecidos que são obrigados a ouvir tanta parvoíce.

Revisitando

OKComputer

Os Radiohead com o seu fabuloso, lindo, soberbo, genial &c. OK COMPUTER. Continuo a achar que é o sonho de qualquer banda que por aí anda, boas, más ou assim assim, fazer um albúm como este

Diabos à Solta

Não vi o debate. Não quis saber. Afinal que coisas poderiam eles dizer que me interessassem? Nada. "Valores mais altos se alevantavam". Foi meu Pai que me disse: "Olha! O Jerónimo de Sousa está afónico e teve de sair". Tive pena do sr. Só isso, pena. É que ele parece uma figurinha tão simpática que até mete dó quando alguém o fere de morte. Gostei particularmente do coitado a tentar desenrrascar-se perante a pergunta sobre como se sentia depois da morte da Irmã Lúcia. Será que o jornalista é estúpido ou faz-se? Como é que o Jerónimo de Sousa se iria sentir perante a morte da Irmã Lúcia? Há perguntas que não lembrariam nem ao Diabo que, ultimamente não tem precisado de aparecer por cá, os autóctones dão conta do recado...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Levanta-te e (não) ri

Há muito que não vejo tal programa com regularidade. Há muito que o programa passou a fazer parte do zapping. Mas tenho reparado numa coisa preocupante. Quando sintonizamos o canal 3 da nossa televisão às segundas feiras de madrugada reparamos no canto oposto ao logotipo da SIC um círculo encarnado. Ora, tenho para mim que aquele círculo tem como significado não ser aconselhada a presença de crianças ou pessoas susceptíveis seja lá ao que fôr - violência, sexo, violência verbal, etc.

Mas já repararam que na plateia é constante a presença de crianças, algumas bem pequenas?

Não existe em Portugal uma entidade reguladora de espectáculos que os classifica? Está o espectáculo do "Levanta-te e Ri" classificado? Se está como estão presentes crianças na plateia? Quem as deixa entrar?
Mas não é só problema da produção do programa. Porque deixam os pais que as crianças estejam presentes? Já agora o programa passa madrugada dentro, não era suposto as crianças estarem deitadas?
Quanto ao programa? É fraquinho, contendo apenas alguns bons rasgos quando vão os que realmente interessam. Talvez o programa melhorasse muito se criassem um maior painel fixo com gente de qualidade e apenas levassem um ou dois convidados.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

Um "Neo-Con" patético

Hoje comprei a revista Nova Cidadania, um revista Neo-Conservadora cujo seu director, na boa tradição neo-conservadora que tanto presa (recordo Irving Kristol), foi Maoista e outros "istas" que não vale a pena recordar. O Dossier deste último número (23, Jan./Mar.2005) é sobre o "caso Buttiglione" que não quero recuperar (aliás a revista prima pelo anacronismo). O Director da revista, deve dizer-se, é um "gentleman", fundador do polo português da Winston Churchill Society, que muito presa a cultura inglesa e muito despresa a cultura mediterrânica, em particular a portuguesa. Seguindo esse gosto muito particular afirma no seu artigo intitulado "Rocco Buttiglione: Um Senhor" publicado originalmente em Outubro de 2004 no Expresso (que não leio por princípio):

«Rocco Buttiglione, um scholar distinto, começou por ser submetido a um interrogatório moral absurdo no Parlamento Europeu. Perguntaram-lhe o que pensa do casamento, das mães solteiras e da homossexualidade. Ele podia ter contornado habilmente as questões. Mas é um senhor e respondeu como tal.»

Confesso que fiquei desapontado. Depois do "scholar distinto" esperava qualquer coisa como "Mas como é um Sir" ou "um gentleman". Mas não, saiu um verdadeiro "tripeirismo" (por quem eu tenho uma enorme estima): "Buttiglione? Buttiglione? Buttiglione é um senhor, carago!" expressão que deve ter sido escrita por entre um grande gole num "penalti" de tinto.
Na verdade a patetice é tanta que nem o Sr. Director percebe o quão patético é.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

Rato de Livraria

Já está criado o Blogue Rato de Livraria dedicado em exclusividade a coisas relacionadas com a Bibliofilia e o mercado dos livros antigos em Portugal.
Já passaram alguns "posts" por aqui dedicados a essa temática, mas achei que seria útil juntá-los num único espaço por forma a facilitar consultas e leitura para os interessados nestas coisas.
Aceitam-se sugestões de temas para futuros "posts".

segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

Bibliofilias

No próximo dia 19 de Janeiro vai decorrer um Leilão de Livros na casa leiloeira Leiria & Nascimento.
O leilão será no Pavilhão de Exposições do Instituto de Agronomia - Tapada da Ajuda, e a exposição será Domingo, 16.01, das 15h00 às 20h30 e Segunda-Feira, 17.01, das 10h00 às 20h00.
O responsável pela feitura do Catálogo é José Vicente, proprietário da Livraria Olisipo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2005

Militância

Na inocência do adolescente que já fui, encontrei-me um dia com um Partido político do qual fui militante activíssimo. Recordo a primeira vez que entrei no pequeno apartamento que serve de sede. As paredes frias, o mobiliario, saído de uma qualquer agência da Caixa Geral de Depósitos, era de tal maneira belo que apenas se encontrava a cor cinzenta, mesmo na mais colorida das peças. O "salão" com cerca de 20 metros quadrados estava repleto de cadeiras (todas as que existiam na casa) dispostas em filas simetricamente arrumadas. Á frente, na mesa da "presidência" estavam sentadas três pessoas, a do meio, o recém-eleito Presidente da Junta, bramia contente todo o apoio que lhe tinham dado. As outras, nos flancos, fingiam que o mérito devia ser entregue, inteirinho, para o recém-eleito. Sorriam. O resto da sala estava semi-vazia para mim, para o Presidente da Junta, congratulando-se com a vasta audiência, semi-cheia.
Senti-me desapontado. Antes de me tornar militante tinha como paradigma político os discursos na Assembleia da República vazios de ideias, mas cheios de bélicas palavras que ferem e matam o adversário. Durante mais de meia hora trocaram-se elogios, contratulou-se pela vitória eleitoral, deram-se vivas pela derrota do adversário mais temido que governava a Freguesia fazia mais de uma dezena de anos. Ao fim daquela meia-hora, que me pareceu muito mais tempo, acreditei que a militância vivia realmente preocupada com o bem estar da população governada. Imaginei o Presidente da Junta a discursar para o povo ao som de "hurras!", imaginei-o a trabalhar no seu gabinete todos os dias como se fosse o último, imaginei-o a receber a população e a resolver, ou pelo menos procurar resolver os seus problemas. Enfim, imaginei que, afinal, um Partido Político era uma coisa séria, cujo principal objectivo fosse o bem comum e não o seu próprio bem.
Fiquei assustado. Não queria pertencer a um Partido assim. Contava com lutas internas acesas, enormes poças de sangue e muitos mortos que um dia ressuscitam sabe-se lá com que milagre.
PUM! De olhos esbugalhados reparei numa enorme espingarda carregada de farpas que uma senhora trazia. Tinha disparado o engenho. O meu coração batia a mil à hora. O ferido levantou-se, arrancou a farpa do peito. PUM! engenho de novo disparado e mais uma vez o ferido levanta-se. A sala espantada com o herói e com o desaforo da atiradora bramia uivos de guerra enquanto aparecia um arsenal bélico de enorme envergadura. Sozinha, ferida de morte, ainda teve tempo de dizer "eu voltarei!" antes do seu último suspiro. O herói, pensei eu ferido com gravidade, saiu ileso. Trazia consigo um colete à prova de farpas que, orgulhosamente mostrou à audiência eufórica - era o resultado das eleições.
Fiquei aliviado, afinal não se trocavam argumentos. Podia voltar tranquilo.
Voltei e fui sobrevivendo aos ferimentos provocados pelas investidas dos inimigos. Um dia fui brutalmente assassinado por um doutor licenciado em Direito, já a trabalhar num escritório, ao qual lhe faltavam quatro cadeiras para concluir o curso. Ainda pensei defender-me com tal peça de artilharia, mas, esgotado dos ferimentos que me tinham sido infligidos e das cicatrizes de alguns anos de militância activa, lembrei-me da senhora que tinha visto naquela reunião e, também num último suspiro disse: "Eu voltarei...!"

P.S.: Texto dedicado a todos os militantes do PS que, sabe-se lá como, mas sabendo-se muito bem porquê, aparecem nestas alturas com sentimentos muitíssimo altruistas. Ah! Já agora, nunca mais voltei.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2005

Morte

cezanne.skull


Não acham que isto seria notícia de primeira página em qualquer jornal diário se se tratasse de qualquer outra religião?
Por momentos lembrei-me de Buttiglione assassinado que foi como um mártir apenas por ter cometido o maior dos pecados, ser católico. Que seja. Continuo a não me envergonhar da minha Fé, mesmo não tendo vocação de mártir.