quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Lugares Vazios



Belém, lugar mítico para a infância de muita gente nascida e criada nos subúrbios desta Olisipo sempre virada para um rio que a quer deixar no Mar. Foi lá que muita gente comeu o seu primeiro gelado, que se deram os primeiros chutos na bola de "catchú" contra balizas feitas de troncos de árvores ou pedras da calçada arrancadas do passeio. Foi lá que outros tantos levaram as primeiras namoradas procurando que o romantismo de um rio quase mar fizesse tremer-lhes o estômago de desejo por mais um beijo. E foi lá que muitos mais velhos contemplavam toda esta energia em forma de memória de tempos já passados.

Encontravam-se ali todas as gerações, desde as de berço até à melancolia da solidão que já teve gente ao seu lado.

Hoje é um lugar quase só para turistas. E os bancos então ocupados pela sabedoria de um velho carregado das rugas da vida, deram origem a lugares vazios de memória, estranhos para quem de novo ali chega, acolhidos que não foram por quem conhecia tudo aquilo como se do seu própio corpo se tratasse.

1 comentário:

Anónimo disse...

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